segunda-feira, outubro 30, 2006

Pagus pós-modernas

Estava aqui revendo os resultados das eleições e notei que as senhoras andaram marcando forte presença nestas disputas. Segundo contabilizei, foram 11 as contendoras nos pleitos estaduais, em um total de 27 estados incluindo o Distrito Federal. Leia-se, portanto, mais de 40% de presença feminina. Além das 2 candidatas à presidência e de outras muitas que disputaram cadeiras no senado e nas câmaras federal e estaduais. Confesso que não saberia afirmar se efetivamente houve um aumento na participação das mulheres. Apenas chamou-me à atenção e fiquei com a impressão de que temos mais saias desfilando nas contendas pelos poderes executivo e legislativo.

Ainda sobre mulheres e poder, comentava dia desses com meu marido sobre boa parte de minhas colegas e amigas serem “arrimo de família”. Não deveria me surpreender, já que há algum tempo freqüentes estudos e pesquisas dão provas do fato. Na verdade, o que realmente me admira é notar que, em sua grande maioria, elas não abandonaram os outros papéis tradicionais. Ocasionalmente, o de Amélia é posto de lado, por não caber ou não as sobrar tempo para representá-lo. Mas já os figurinos de mãe, de amante e amiga (além do de profissional) estão quase sempre impecáveis e neles essas notáveis damas desfilam tranquilamente, os alternando ou sobrepondo ao longo das horas, ou mesmo dos minutos. Haja cintura para tanto jogo!

Como bem disse a Rita Lee no papel de uma destas mulheres na música Pagu, “minha força não é bruta”.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Eu blogo, tu blogas, ele bloga

Como boa sagitariana, sou irritantemente curiosa. Há cerca de um ano fui apresentada aos primeiros blogs. E, aí, deu no que deu. Fui querer saber melhor do que se tratava essa “coisa” e acabei entrando para a blogosfera. Sem grandes pretensões, vale dizer, apenas a de experimentar. E assim continuo: experimentando. E gostando desta despretensiosa aventura de pseudoescritora e da troca de figurinhas entre antigos e novos amigos nesses pontos de encontro virtuais. Confesso ter andado um pouco distante do Sarau. Mas, aqui estou. E isso é um vício!

Lia esta semana no UOL sobre o The BOBs, nome simpático que apelida o concurso Best of Blogs, promovido pelo grupo de mídia alemão Deutsche Welle para escolher os 15 melhores blogs do mundo em 10 idiomas e que já está em sua terceira edição. Parece que este “novo” formato está mesmo se afirmando. E o mais bacana: ele é democrático, um verdadeiro do-it-yourself literário-cultural. Basta estar plugado e somos todos os donos de nossos próprios veículos de comunicação!

Como tudo que é relativamente novo inspira questionamentos e reflexões, estudiosos das mais diversas áreas vêm dedicando tempo e fosfato a traduzir “fenômenos digitais” como este. Cito particularmente a iniciativa de minha cara e admirada amiga Ana Carmen Foschini, jornalista apaixonada pelos mistérios da rede que, em parceria com seu colega de profissão Roberto Romano Taddei, realizou uma série de livros digitais que compõem a Coleção Conquiste a Rede. São quatro volumes dedicados aos seguintes temas: Blog, Podcast, Flog & Vlog e Jornalismo Cidadão. Todos em linguagem simples e distante dos jargões, esclarecem, dão dicas e buscam informar o internauta e motivá-lo a explorar as possibilidades de interação autoral apresentadas pela web. No volume sobre blogs, por exemplo, de forma resumida apresentam-se a história da criação do formato, seu advento e as mudanças no uso e apropriação ao longo dos anos, dicas sobre o que postar, ressalvas sobre direitos autorais, entre outros assuntos de interesse tanto para blogueiros iniciantes quanto para os inciados.

Os livros da Coleção Conquiste a Rede estão no site http://www.overmundo.com.br/ e no recém lançado http://www.anacarmen.com/. O download é gratuito. Pela licença Creative Commons (www.creativecommons.org.br), a coleção pode ser distribuída livremente, com os devidos créditos, desde que não haja fins lucrativos. Recomendo!

Para terminar, às vezes ainda me questiono se tenho estofo suficiente para me atrever a ventilar opiniões entre tantos blogueiros tarimbados. Intuo que esta seja uma dúvida saudável. Enfim, a autocrítica é outra característica comum aos nativos de Júpiter.

domingo, outubro 22, 2006

Papo de boteco

Sexta à noite, entre uma cerveja e um petisco e vice-versa, conversava com uma querida amiga, nobre doutoranda em química pela USP, sobre um desses assuntos assíduos às mesas dos botecos. No caso, o particular e folclórico “jeitinho brasileiro”. Falávamos sobre a popular prática do “valor a mais” na nota fiscal, entre outras assemelhadas. Para evitar controvérsias, já de início declaro meu veredicto sobre tais práticas: injustificáveis. E ponto final. Para meu alento, esta também foi a posição de minha titulada interlocutora.

Em algo, no entanto, discordamos. Sobre o valor de nosso sussurro em meio a uma multidão que, infelizmente, costuma cantar um outro refrão. Segundo me disse e a seu ver, nosso caxiismo nunca passará de mera opção pessoal para nos mantermos em paz com nossos implacáveis travesseiros. Sentenciou fatalista: “Minha cara, não vamos mudar as coisas, elas são o que são. Agindo assim, só dormiremos mais tranqüilas. Só e só”. Não pude discordar do fato de que, pelo menos aqui na terra dos gérsons, compartilhamos nossa “opção” com uma aparente minoria. Contudo, todavia e entretanto e apesar de todos os pesares, ainda acredito no poder contagioso das atitudes, das boas e das ruins. Na força do exemplo. E isso não é conversa de Poliana, não senhor! Basta dar um pulinho a algumas paragens no lado de cima do planeta e verificar: quando bem plantadas e adubadas regularmente as boas práticas florescem e se multiplicam. E se pensar e agir assim for piegas, defendo um surto de pieguice.

Para arrematar o discurso, recorro a uma das infalíveis citações:
“Não é a força, mas a constância dos bons sentimentos que conduz o homem à felicidade.” Friedrich Nietzsche

quinta-feira, outubro 19, 2006

Cápsulas de Endorfina

Ganhar um elogio do professor de francês
Acresentar uma nova música à coleção das preferidas
Notar um aluno aplicando os conceitos ensinados
Receber um telefonema improvável de uma pessoa querida

Terminar um longo trabalho
Começar um novo projeto
Fazer as pazes
Respirar novos ares

Dar-se conta de uma promissora amizade
Esperar por uma notícia bem-vinda