quinta-feira, abril 26, 2007

Muitos amplexos

Assim como as coisas e os fatos, a palavra, ou melhor dizendo, a linguagem também envelhece, torna-se caduca. Nem feliz, nem infelizmente. Simplesmente. E se alguns vocábulos padecem de uso ao longo do tempo, outros tantos nascem e florescem nos textos do então.
Eu, que por acaso me encontro em estado interessante, ao abrir o diário eletrônico de hoje, dei-me com a seguinte chamada pitoresca sob a editoria Houaiss: "Mande aquele amplexo e depois peça um ósculo". Cá estou a enviá-los virtualmente aos amigos blogueiros e associados.

quinta-feira, abril 19, 2007

Os nostálgicos - Parte III


Inspirada por comentários recentes neste blog (parte I) e no Centauro (parte II), transcrevo texto do Veríssimo sobre coisas que foram e não são mais.

E tudo mudou...
O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone
A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
"Problemas de moça" viraram TPM
Confeti virou MM
A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal
Ninguém mais vê...
Ping-Pong virou Bubaloo
O à-la-carte virou self-service
A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão
O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD
A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por e-mail
O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do "não" não se tem medo
O break virou street
O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também
O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bike
Polícia e ladrão virou counter strike
Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato
Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Gal virou fênix
Raul e Renato,
Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...
A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!
A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...
.... De tudo.
Inclusive de notar essas diferenças.
(Luiz Fernando Veríssimo)

domingo, abril 15, 2007

Os porcalhões

No caderno Cotidiano da Folha de hoje, chamou-me à atenção o que declarou à reportagem do jornal o senhor Décio Tozzi, arquiteto e professor da FAU, sobre o polêmico projeto Cidade Limpa, o qual proíbe a veiculação de outdoors na capital paulista, entre outras restrições à publidade exterior na cidade. Transcrevo: "Que se danem os publicitários que perderam dinheiro. Isso faz parte da evolução cultural da cidade."

Em primeiro lugar, Tozzi poderia ter sido mais elegante no discurso, sem dúvida. A estética também se externa no uso das palavras e na polidez. Em segundo, não foram os publicitários que perderam dinheiro e sim os empresários do setor e as centenas (se não milhares) de empregados que pagavam suas contas graças ao trabalho em uma indústria absolutamente legal e legítima até 2006. Em terceiro, boa parte da cultura deste país só existe graças à publicidade que, direta ou indiretamente, a financia. Como o jornal ao qual o senhor Tozzi fez tão veemente declaração.

Esta fala infeliz fica como uma prova da visão estreita dos que aconselham o prefeito Kassab em sua cruzada contra os "malvados publicitários" que sujam a cidade. Minha opinião: os verdadeiros porcalhões são outros.

Tenho acompanhado o desenrolar desta novela desde seus capítulos iniciais, chocando-me com o tom radical e definitivo, para não dizer ditatorial, de algumas decisões contempladas na nova lei. Segundo seus defensores, o radicalismo se justifica pois a veiculação de publicidade exterior ilegal havia chegado ao total descontrole. A única solução "possível" seria e foi proibir de vez.

Concordo que São Paulo estivesse precisando de uma faxina. E, concordo não só como alguém que preza a cidade em que nasceu e viveu por anos, mas também como publicitária consciente de que a poluição visual é tão nociva às próprias mensagens, que perdem clareza e efetividade no caos, quanto para a estética da cidade. Mas daí à completa proibição, punindo essencialmente os que trabalhavam dentro da lei e da ordem, há uma distância abissal. E isso feito como foi, sem dar tempo (anos, quero dizer!) de adaptação aos que se lastreavam economicamente em atividades no setor, incluindo trabalhadores e empresários, não me parece nem mesmo razoável. E, se agora a fiscalização existe e multa a publicidade recém-ilegal, por que não o fazia antes, com igual rigor? Foi tomado o caminho mais fácil e mais ruidoso (o que é música para os ouvidos de um político até então desconhecido).

Em minhas visitas a São Paulo já começo a sentir certa nostalgia pelos tempos em que acompanhava a sequência de frontlights na Marginal Pinheiros, em que era apresentada a algum novo produto no caminho para o trabalho, que ria de uma tirada inteligente em alguma placa durante uma interminável e tediosa espera pela luz verde no semáforo... Para alguns só poluição. Para outros, informação e diversão. Para alguns poluição visual, somente. Para outros vitalidade e ritmo urbanos. Ou alguém imagina o Times Square e a Broadway sem seus inúmeros e enormes luminosos? Em resumo, sou partidária do meio termo e do bom senso, mais complicados de serem postos em prática, mas também justos e adequados em igual proporção.

quarta-feira, abril 11, 2007

A novidade

A novidade não chegou de mancinho.
Gritou bem alto desde a folha de papel.
E naquele momento, ou já um pouco antes dele sem avisar, a revolução começou.
Os dois ali, bastante emocionados e confusos, deixaram magicamente de ser o que eram e ganharam novos papéis.
A Páscoa fora cheia dos seus significados: vida, nascimento e renovação.
É... Estamos grávidos! E acabamos de nascer pais.

domingo, abril 08, 2007

Férias-Vacation

Estarei fora do blog pelos próximos 3 dias.
Espero voltar em breve com boas notícias.

I will be out of blog for the next 3 days.
I hope I will be back soon with some good news.

quarta-feira, abril 04, 2007

Filosofando

Seguindo a linha existencialista dos posts da semana e em contraponto à declaração do Flávio Ferrari em sua "Filosofia Polêmica" no Arguta Café, arrisco:

O que será pode mudar o que hoje é.

E, tomando emprestado algo dito por Albert Camus:
"Criar é dar forma ao próprio destino."

terça-feira, abril 03, 2007

Nesta manhã

Sou um misto entre o ser e o estar...