segunda-feira, julho 30, 2007

Théo


Ando completamente out off line. A vida anda corrida, doida mesmo... Mas, o motivo não é só esse, pois tempo a gente sempre encontra pra fazer o que gosta. Na verdade e sem rodeios e mais delongas, penso que tenho preferido ficar com os pesinhos bem fincados no mundo real para viver suas emoções por inteiro, sem dele me desconectar.

A última semana foi de botar o coração pela boca (e olha que sei que vem coisa muito mais intensa por aí!). Na quinta-feira, após minutos de mãos suando frio e de peito sacudindo rápido de ansiedade, finalmente o anjinho mostrou seu sexo (e toda sua saúde, thanks God!). Exibido, no ultra som não deixou dúvidas: um menino, um moleque, um garotão. Putz! Que bacana! Pensei logo nos meus pais com três mocinhas em casa recebendo a notícia. E não deu outra. Quando dei a notícia, pude ouvir os "fogos de artifício" ao fundo do outro lado da linha .

No sábado, minha mãe completou orgulhosa 60 anos de vida. Deu uma festa para não deixar dúvidas de que tudo ali era motivo para comemoração. Dos seus nove irmãos (todos vivinhos da Silva!), quatro estavam presentes deixando-a só sorrisos. E adivinha quem ganhou o primeiro pedaço de bolo? O neto.

A foto do post mostra o clima deste dia: as tias dando todo seu carinho ao sobrinho que está chegando. Seja bem-vindo, Théo!

segunda-feira, julho 16, 2007

Nas curvas do planalto vejo sonhos



Foto: Na Câmara dos Deputados.

Desde pequenina visito Brasília com alguma frequência. Tenho lá primos e tios queridos que, apesar dos quase mil quilômetros que fisicamente nos separam, têm participado de pertinho de grande parte dos momentos relevantes de minha vida. Depois de alguns anos sem visitar a capital, aproveitando um pedacinho das férias fui até lá dividir com eles alguns centímetros de crescimento de barriga.

Há pouco mais de sete anos estive na cidade pela última vez e agora, um pouco mais madura, olhei para ela com olhos mais agudos. Observei que ali, entre a vastidão plana e o céu que parece poder ser tocado num esticar de braços e mãos, repousam sonhos. A começar pelo de Juscelino, concretizado pelas ondas de Oscar Niemeyer e pelos traços do urbanista Lucio Costa, este o gênio que concebeu o projeto do plano piloto ou da cidade em forma de avião, idealização por muitos creditada equivocadamente a Niemeyer. Vibram também os sonhos daqueles que, na década de 60, em busca de oportunidades ou somente seguindo seu espírito aventureiro ou empreendedor se atreveram a acreditar no potencial da cidade artificialmente plantada no meio do cerrado, que por sua aridez nesta época do ano em muito lembra um deserto.

Lamento que todos estes sonhos e vibrações tenham sido ofuscados e abafados ao longo dos anos pela imagem mais destacada da cidade: a de Ilha da Fantasia. Povoada por homens que deveriam nos governar, mas que insitem em pilotar nosso país na direção definida por alguns poucos sentados na primeira classe, ignorando o destino compactuado com os outros milhões que viajam na mesma nave.

Entre passeios gastronômicos (Brasília tem ótimos bares e restaurantes) e turísticos, fiz pela primeira vez uma visita guiada dentro do Congresso Nacional. No grupo de cerca de 15 pessoas, havia duas crianças. Os olhinhos curiosos vistoriavam tudo e era possível perceber que os pequenos cidadãozinhos iam se inflando de certos entusiasmo e orgulho ao passar pelos salões e corredores que levam aos plenários da câmara e do senado. Enquanto isso, três ou quatro dos adultos do grupo sussurravam um insulto aos políticos da casa a cada esclarecimento da guia, chegando a constranger a eloquente moça. Impossível não comparar as reações e lamentar que, ao longo da vida, a admiração e credulidade sejam apagadas e subsituídas por certa revolta, esta infelizmente bastante justificada. Reconfortante por outro lado compreender que os pequenos por ainda acreditar podem efetivamente contribuir para alguma mudança. No futuro, levarei meu pequenino ou minha pequenina até lá para que ele também se orgulhe e se admire com as curvas da cidade e como eu, deixe Brasília com a sensação de que por tão bela e por embalar tantos sonhos a capital merece que seus pilotos e "hóspedes" sejam muito bem escolhidos. Por nós!