O aprendiz sabe pouco do tudo
Mas muito sobre o nada
Tem consciência do que lhe falta: saber
E, assim, compreende a extensão do muito a conhecer
Entende que, se alguém já viveu o que ele, aprendiz, pretende viver
Tem pelo menos algo a contar
E, se tem algo a contar, cabe escutar
Respeita o caminho à vista
Nele as pedras, as trilhas, os desertos e os oásis
Sem distinção
Sabe ouvir para um dia saber falar
Falar para um dia se fazer ouvir
O sabichão sabe pouco
Sobre o tudo e sobre o nada
Quando olha adiante vê um espelho
Que distorce o passado e esconde o porvir
Incapaz de distinguir entre o sábio e o tolo, entre o ser e o estar
Julga ser um
Quase sempre é seu oposto
Amarrados aos seus pés estão dois grandes pesos:
a pretensão e a vaidade
Quando tenta ascender, não o deixam chegar
Finge não ouvir para não ter que falar
Finge falar para não precisar ouvir
sábado, fevereiro 25, 2006
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2 comentários:
Que lindo esse texto!
Quem dera um dia eu escrevesse palavras tão lindas!
beijos Nã...
Para o leigo, uma montanha é uma montanha.
Para um iniciado, a montanha é uma manifestação de Deus.
Para o mestre, uma montanha é uma montanha.
A dura trilha de um aprendiz leva ao ponto de partida: só sei que nada sei !
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