domingo, maio 13, 2007

Reflexões no Dia das Mães

Entre merecidas homenagens, palavras e versos elogiosos e carregados de reconhecimento, lamento mas não posso deixar de notar e lembrar as numerosas mulheres em idade fértil sendo preteridas na disputa por postos de trabalho pelo "inconveniente" de uma iminente licença maternidade... Comentar o quanto salta aos olhos a luta de mulheres americanas por uma lei que proteja as lactantes de discriminação no trabalho (vide artigo do Hearst Newspaper entre as manchetes do UOL de hoje)... Recordar as domésticas diaristas que, ofegantes e extenuadas, trabalham até a última semana de gravidez para "garantir" seu sustento durante o curtíssimo período em que ficarão afastadas de seu ganha-pão...
Parece-me que há muito o que corrigir, há muita discussão e mudança a fazer antes que possamos comemorar verdadeiramente esta data.
Sei que os comentários são ácidos e que de uma futura mamãe se esperam um pouco mais de doçura e sensibilidade. Estas estão aqui, intocadas. Mas, as verdades, de tão latentes, superaram minha sincera e explícita vaidade por começar a pertencer a este grupo.
Entendo que o direito à maternidade deveria fazer parte da agenda de responsabilidade social das empresas que nesta filosofia se dizem alicerçadas. Deveria também ser objeto de discussões e sugestões sem fim nesta data. Lamento que ainda não o sejam. Mas planto aqui minha sementinha, esperando que seja compartilhada por muitos.

PS: Por algum desconhecido e incômodo motivo não consegui postar comentários nos blogs amigos hoje. Por isso a ausência.

15 comentários:

Anne M. Moor disse...

Amanda querida! Tens toda a razão do mundo. Esta semana mesmo presenciei uma cena entre duas mães, mulheres sim, reclamando veementemente que a empregada havia engravidado. Sei que é difícil de acreditar, mas fiquei completamente sem fala e sem reação!!!! Quanto mais eu vivo, mais eu me dou conta que nossos maiores "inimigos" somos nós mesmas - as mulheres!!! Inacreditável!
Quem sabe um dia a tua geração consigo mudar um pouco isso... Rezo por isso...

Anônimo disse...

Amanda,

Não podemos esquecer que a independência financeira sempre foi algo solicitado pelas próprias mulheres..

É verdade, temos o "inconveniente" (será mesmo?) de ficarmos alguns meses curtindo nossos filhos, amamentando..dando a eles o calor e o aconchego para prepará-los para a vida!!!

É um transtorno para qualquer empresa despender 4 ou 5 meses de um profissional, aliás quanto mais indispensável pior... Em época de crise, esqueça, outra pessoa deverá absorver seu trabalho e ao retornar... não haverá mais espaço!! Passei por isso..

Faz parte da evolução.. Será que algum dia foi melhor?

Lembre-se a opção é sempre nossa..Ser ou não ser, quando ser e de que forma ser...

Beijos

Anônimo disse...

Udi,

Dá pelo menos uma passadinha para contar as novidades, vai?

Beijos

Ernesto Dias Jr. disse...

Essa é uma verdadeira luta a ser encetada por mulheres e homens. Até porque a discriminação não é contra as mulheres nesse caso: é contra a maternidade em si. E por falar nisso, contra a paternidade também. Se um homem justifica sua ausência por ter levado a filha ao médico, vem a pergunta: E a mãe, onde estava? E parte -- como mostrou a Anne -- de todos.

Quanto à desculpa pela falta de doçura, Amanda, minha masculina experiência diz que, como mãe, seus dentes serão mostrados mais e mais vezes - não menos. Quando é que a leoa é menos perigosa: com ou sem leõezinhos?

Flavio Ferrari disse...

Amandita: leis que "protegem" o trabalhador são coisa do passado. Tiveram sua época. A lei que garante os meses de licença maternidade, por ser mandatória, gera a prevenção. "Protege", expõe e gera discriminação. Então vamos fazer outra lei, que imponha cotas de mulheres...
Como bem disse a Ti, a decisão de buscar a independência financeira foi uma opção feminina.
E o mundo empresarial ainda tem uma cultura predominantemente masculina. A mulher compete em desvantagem, porque as regras não foram feitas para ela.
Posso te dizer que as empresas retrógradas, que deixam de contratar ou dispensam mulheres em função do risco de gravidez não vão longe.
Gravidez, parto e maternidade são a melhor pós-graduação que uma mulher poderia fazer.
Isso é público e notório.
Menos óbvio é que isso também vale para a paternidade. Assistí grandes transformações (positivas) em profissionais que assumiram a paternidade de forma plena.
A empresa que reconhece e apoia os funcionários nesse momento, ganha a fidelidade de profissionais que serão melhores porque amadurecerão muito e rapidamente.
E quando todas as empresas estiverem convencidas disso, e os profissionais de RH incorporarem essa questão na avaliação para contratação, coitado de quem não tiver filhos.
Aí a gente faz uma lei para protegê-los...

Anne M. Moor disse...

E viva o Flávio! For a long, long time... É de mentalidades assim que o mundo precisa...
E Amanda, curte bem essa tua gravidez... cada instante que é mágico...

Udi disse...

Amandita, tem um parabéns especial prá você lá no Arguta.
E outro parabéns aqui, por ser essa pessoa que é... a maternidade já está aí instalada, mas já pressinto o quanto ela ainda fará nesse muito que você já é.

Anônimo disse...

Flávio,
Durma no formol, e ainda assim
que Deus te conserve meu amigo.Você é especialísimo.
Bjo

Luisa Fernanda disse...

Caros, una simple reflexión.

La mujer que me enseño a escribir y a tocar música fue mi abuela.

La mujer que me enseñó a trabajar desaforadamenre fue mi madre

El hombre que siempre me cuidó y me enseño a cultivar fue mi padre.

El hombre de quien sigo su filosofía es mi abuelo

Es una maravilla haber inventado el dia de la madre. de la mujer, del maestro, del padre, del niño..y por que no del enamorado.

Mercadológicamente dan frutos.

Sentimentalmente dan ritos y nos recuerdan mitos.

Y a otros, nos recuerdan simplemente que somos seres humanos y depende del día y el horario jugamos roles...pueden ser mercadológicos o biológicos..cada quien escoje su formula

O peor, habemos simplemente los que como un calis bebemos todo. y srntimos el tiempo todo

Amanda Magalhães Rodrigues Arthur disse...

E eu que perdi a chance de ter esse cara (Flávio!) como chefe... São as tais escolhas.
Luisita: será um prazer recebê-la em nossa casa, em visita à família que, sim, cresce. O novo membro chega oficialmente em dezembro (mais um sagitariano, a que tudo indica), mas sua presença já pode ser sentida por aqui!
De qualquer forma, suponho que farei uma visita antes disso aos amigos do Ibope. Eu e minha barriga!

Udi disse...

mais uma vez, pedindo licença à Amanda.
Ti, não tinha visto seu recado. Queria dar uma passada mesmo (estive por aí rapidamente dia desses). Quem sabe quando a Amanda vier? Mas se estiver muito curiosa, pode me mandar um email (acho que não tenho mais o seu).

Anônimo disse...

OBA!!

Estou sentido que estamos próximos do famoso happy!!

Para aquelas que não moram por aqui, coloco um quarto a disposição na minha casa!! Que tal?

Udi,

Vou procurar o seu e te envio...

Beijos

Anônimo disse...

Fãs da blogesfera,

Como diria a Lú: foi o máaaaaaximo!!

Não foi um sonho, não foi magia, não foi virtual... Apenas pura realidade!!!

Encontrar Flávio, Ernesto e Walmir com um chopp gelado... Quem sabe agora vocês se animam para o nosso próximo encontro?

OBS: Amanda, não poderia deixar de replicar a mensagem aqui também.. Quem sabe assim você se anima para vir a São Paulo?

Beijos

Luisa Fernanda disse...

Querida Amandita, no sabes el placer que tengo que me confirmes que vas a ser mamá. Con certeza voy a tu casa a conocer a tu hijo, me mandas tu dirección a mi mail. Tu sabes que para mi eres una combinación entre una hermnana y una amiga(combinación perfecta!), y que conocí a tu esposo aun siendo tu enamorado(a quien le pedí en español que te cuidara siempre), así que somos de la familia. Besos.

Amanda Magalhães Rodrigues Arthur disse...

Emocionada com sua palavras, Luisita. Obrigada! También Te tengo muy en cuenta...