quarta-feira, dezembro 27, 2006

Ho!Ho!Ho! e Réveillon

Adoro as festas de fim de ano! Fico completamente absorvida por elas. Note-se o tempão que não passo por aqui. Estava perdida em meio às listas de presentes e compras, entre cardápios e receitas, organizando a agenda para que coubessem todos os encontros de família e com os amigos.

Por outro lado, tenho que admitir: a época me impõe pequenos desgastes “emocionais” ou de paciência. Incomodam-me, por exemplo, os cumprimentos distribuídos aleatoriamente por atendentes de loja, frentistas, caixas, cobradores de pedágio e outros, à la Blockbuster, com aquele sorrisinho frouxo ao final. Sinto sempre uma pontinha de indignação saindo junto com cada resposta “educada” que dou. Já receber um cartão, e-mail, telefonema, SMS ou o que seja de um amigo compensa todos esses momentos de stress. Daqueles que não vejo há tempos, então... Melhor ainda!

Gosto muito de presentear. Sou a típica sócia do Papai Noel e o ajudo com muito prazer. Durante o ano, costumo registrar os pequenos desejos revelados por meus futuros presenteados para oferecer algo que realmente agrade. Porém, confesso, sou tomada por certo pânico no momento da troca de presentes. Não consigo disfarçar meu desapontamento ao ganhar algo que não me apetece. E o pior: sou bem difícil de agradar. Chata mesmo! Para me recompor daqueles pequenos traumas, procuro me satisfazer com meus acertos e com a fama de boa presenteadora. É... Isso é bacana e me envaidece, não posso negar. E não pensem que os presentes são caros ou sofisticados. Pelo contrário. Mas, escolhidos a dedo. Afinal, presentear é uma arte, como já dizia algum slogan por aí.

Também sou fã dos pratos típicos de fim de ano. Entre os preferidos está a Salada Grã-fina da minha mãe, a começar pelo nome pitoresco. Só ouço essa palavra, grã-fina, uma vez ao ano e adjetivando a tal salada. Chester e farofa completam o menu básico. Mas, quer uma coisa que me chateia? Gente separando os ingredientes de que não gosta na borda do prato. Ô, coisa irritante! E quando eu preparei o prato, então... Dá vontade de dizer umas verdades! Não que todos sejam obrigados a gostar de tudo, mas...

À exceção destes pequenos detalhes, o ritual todo me agrada. Seja ele importado, com Papai Noel vindo do Pólo Norte ao invés de da Amazônia, com árvore de bolas vermelhas imitando maçãs, no lugar de amarelas que seriam mangas ou laranjas. No 31 de dezembro, vestimos o branco, pulamos as sete ondinhas ou guardamos as sementinhas de romã ou o que quer que seja. O que importa, na verdade e no fim das contas, não é a forma, mas o clima. E no caso da passagem de ano, a chance de despertar, que é de onde vem a palavra Réveillon, do verbo réveiller, em francês, acordar, despertar. Despertar não só para um novo dia, mas para todo um novo ano.

Então, não posso desejar nada mais óbvio a todos que um Feliz Despertar para 2007!

7 comentários:

Anônimo disse...

Querida Amanda,

Em vários momentos, lendo seu blog, tenho a sensação de que não existem esses anos todos que separam a sua geração da minha... os valores são muito próximos, será que é coisa de gente do "interior"?
Hoje, lendo sua explicação para o significado de "réveillon", acho que encontrei uma palavra que define o seu estilo de escritora: é o estilo "despertador".
Que esse despertador continue a soar muito em 2007! (demais votos já devidamente encaminhados através de email pessoal, como você gosta)

Flavio Ferrari disse...

Que é isso amiga Udi ... crise de idade ? Fosse por isso teria que aposentar meu blog e passar meus dias na varanda da choupana enrolando o cigarro de palha. Acho que a sensação de proximidade (beyond age)vem de uma característica comum: honestidade.
Não a honestidade no sentido moral. Mas a coragem de ser o que se é, que ambas tem.
É por isso que sou fã das duas.
E seguirei sendo, enquanto a idade assim o permitir ...

Anônimo disse...

pedindo licença à Amanda para esclarecer as questões do FF: não se trata de sentir-se "idosa", pelo contrário, estou adorando viver a experiência desses anos que tenho. minha intenção era apenas de dizer à Amanda que, ao menos prá mim, tem sido raro encontrar pessoas da geração dela com quem eu compartilhe dos mesmos valores.
...mas devo confessar que ando pitando uns cigarros de palha, feitos com total esmero pelo meu querido pai.
e sobre quem é fã de quem... não pretendo discorrer.

Amanda Magalhães Rodrigues Arthur disse...

Queridos Udi e Flávio,
Talvez eu admire tanto a geração de vocês que acabo refletindo isso no que digo, penso e faço. Vai ver é isso mesmo! Na verdade, não costumo sentir a distância que justifica usar a palavra "geração"...
E que bacana sermos assim, fãs recíprocos. Será que se pode dizer isso assim? Bom, no caso cabe!
Beijocas,
Amanda

Flavio Ferrari disse...

Não vai ter post em 2007 ? Os fãs estão sentindo falta ...

Amanda Magalhães Rodrigues Arthur disse...

!!!
Estou terminando de despertar...
Logo estarei de volta!

Cassandra disse...

oi priminha querida,concordo com vc em praticamente tudo o que disse. sinto os mesmos sentimentos que vc no final de ano, principalmente no que se diz respeito aos presentes (só não sou tão difícil de agradar hehe), às comidas mesmo não sendo as mesmas. só não concordo com o preconceito com as pessoas que sepraram comidinhas no canto do prato e vc deve saber o motivo. rs
é sempre uma delícia ler o seu blog.