quinta-feira, março 29, 2007

Fatos e Versões


Em minha modestíssima biblioteca particular, tenho um livro de coletânea de frases e citações (adoro-as!) chamado "Farmácia de Pensamentos"(Sonia de Aguiar, Editora Relume Dumará), que deixo sempre bem ao alcance das mãos e dos olhos. Trata-se de um compêndio bastante bem organizado e bem-humorado onde as frases correspondem a prescrições para moléstias e enfermidades da alma, das relações, do mundo. Os títulos homeopatia no Sarau foram inspirados nesta idéia.

Neste livro, colhi duas frases com as quais homenageio os colegas blogueiros, conhecidos e anônimos.

"Primeiro consiga seus fatos e depois pode distorcê-los à vontade"
Mark Twain.

"Se a versão é mais pitoresca do que o fato, conte-se a versão"
Benjamin Disraeli.

Sigamos pois, contando nossas versões dos fatos, após tê-los vivido. Ou não.

sábado, março 24, 2007

Mais do mesmo



Curioso como as pessoas têm rituais próprios de reflexão. Alguns chegam a grandes conclusões durante o sono, outros enquanto tomam banho, alguns fazendo piada, outros blogando. Somos diferentes.
Meu pai sempre defendeu a idéia de que os fumantes tenham liberdade de fazer aquelas pausas durante a jornada de trabalho para "exercitar" seu vício, ainda que num fumódromo. Médico e ex-fumante há cerca de 20 anos dizia e diz ele que é nestes breves momentos de prazer e relaxamento que as fichas caem, os clicks estalam e as soluções para pequenas e grandes questões do trabalho vêm à tona ou, no jargão dos gestores, que contribuições relevantes ao negócio nascem. Alguns dão uma volta, outros bebem café, outros fumam... Logo esclareço que não se trata de uma defesa explícita (nem dele, nem minha) ao tabagismo, mas sim de suporte a algo maior: liberdade.
Pegando carona no post anterior (o qual rendeu numerosos e apaixonados comentários, felizmente), quero dizer que, quase sempre, existem vários certos. O meu, o seu, o dos pais, o da organização, até o de um desafeto. A arte está em fazê-los coexistir em harmonia!

domingo, março 18, 2007

Dois e dois diferente de quatro

Há três semanas, freqüento como ouvinte as aulas da disciplina "Ética e Responsabilidade Social na Engenharia" ministradas pelo professor Carlos Goldenberg no curso de graduação em Engenharia de Produção da EESC-USP (http://www.sel.eesc.usp.br/). Num primeiro olhar, a presença da matéria entre as tantas exatas da grade curricular pode causar estranheza, ainda que como optativa. Mas, de pronto, entendemos que o objetivo das aulas é justamente apresentar um contraponto aos estudantes de perfil mais racional e cético que, grosso modo, povoam as salas de aula deste e dos demais cursos de engenharia. Levar os prováveis futuros gestores das grandes e médias empresas do país (sabidamente, em sua grande maioria engenheiros formados nas chamadas faculdades de primeira linha) a refletir sobre a extensão e relevância dos fatores humanos, éticos e sociais na gestão das organizações.
Tenho para mim que a iniciativa do professor Goldenberg, além de original e bem intencionada, poderia ser alvo de plágios Brasil afora. Para a formação do profissional do ponto de vista ético, como forma de humanizar a prática da gestão, sem negar ou perder de vista as competências necessárias para a consecução das metas de lucratividade e competitividade das empresas. E, no extremo, procurar diminuir a presença ainda tão marcante e numerosa no mundo corporativo de gestores ao estilo "Doutor Pimpolho", popular personagem do rádio paulista que representa de maneira caricata um chefe excessivamente pragmático e de viés autoritário.


Para ilustrar e convidar à reflexão, reproduzo frase de Goethe que sintetiza o tom das aulas e sobre a qual tenho pensado um bocado nos últimos dias:
"O conflito mais difícil de resolver não é entre o certo e o errado... E sim entre o certo e o certo."

terça-feira, março 13, 2007

Breve desabafo

Há momentos em que o mundo parece conspirar
Os deuses sopram na direção contrária do caminhar
Nesses momentos, intensos e ambíguos
Duvidamos de nossa fé, de nossa sorte, de nosso riso

E lembramos de um olhar amigo
De um elogio despretensioso
De um sabor, um odor, uma cor
Que nos pinte a alma e ilumine o dia

segunda-feira, março 05, 2007

Pensamento que ficou do fim de semana



Deve haver um lugar no mundo onde vão parar todas as borrachas, todos os isqueiros, elásticos de cabelo, as chupetas, tampinhas de pen drive e outras preciosidades que perdemos ao longo de nossas vidas. Um "Achados e Perdidos" universal das quinquilharias.


PS: Homenagem à Cassandra, cujos filhos vivem doando suas borrachas e chupetas a este lugar.